O Produto Interno Bruto (PIB) da construção deve fechar 2017 com queda de 6,4%, projetou o SindusCon-SP nesta quinta-feira (30/11) em encontro com a imprensa. A estimativa significa uma mudança de panorama em relação ao início do ano, quando o cenário apontava elevação de 0,5% no PIB da construção.
Para 2018, o SindusCon-SP estima alta de 2% no PIB da construção. A expectativa de crescimento do PIB da construção é alimentada por vários fatores, segundo o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto.
“Se o estoque dos imóveis se reduzir e os distratos forem regularizados, em 2018 poderão se iniciar obras resultantes dos novos lançamentos imobiliários feitos em 2017. Também poderão se iniciar as obras das unidades habitacionais contratadas em programas como o Minha Casa, Minha Vida. Se houver uma evolução positiva no cenário político, com a inflação baixa e queda no juro real, os agentes financeiros poderão aumentar a oferta de crédito imobiliário. Já as obras de infraestrutura terão um ritmo maior somente se houver novas concessões e privatizações, uma vez que os governos deverão voltar a cortar recursos para investimentos.”
A estimativa de maior atividade na construção também leva em conta a expectativa de elevação contínua da demanda por obras, em um horizonte de estabilidade econômica, comenta o vice-presidente de Economia, Eduardo Zaidan. “Depois de anos de quedas sucessivas, 2018 somente representará o início de uma recuperação da atividade do setor se houver a Reforma da Previdência e outras providências de redução do déficit público, a adoção de novas medidas facilitadoras do ambiente de negócios e uma sinalização clara aos investidores de que os programas dos candidatos mais fortes à Presidência da República prosseguirão nestas direções”, analisa.
O conteúdo completo do que foi apresentado na coletiva de imprensa pode ser encontrado aqui.
Emprego
Depois de três altas consecutivas, o nível de emprego na construção caiu 0,18% em outubro na comparação com setembro (-4.4216 vagas). Em 12 meses o saldo negativo é de 192 mil postos de trabalho, deixando o estoque de trabalhadores no setor em 2,456 milhões.
Ao se desconsiderar os efeitos sazonais*, o emprego registrou queda é de 0,01% em outubro na comparação com o mês anterior (-250), chegando a 37 meses de baixas consecutivas.
Os dados são da pesquisa realizada pelo SindusCon-SP em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
As vagas encerradas em outubro praticamente são em mesmo número do que aquelas criadas nos três meses anteriores. “Portanto, voltamos ao baixo patamar do emprego na construção registrado em junho de 2017, um contingente de trabalhadores formais na construção equivalente ao existente em 2009”, comenta o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto.
A perspectiva até o final do ano é de novas quedas. “Novembro e dezembro são meses em que sazonalmente o nível de emprego na construção cai, em função do término de obras e da ausência de novos empreendimentos por iniciar no curto prazo”, afirma Romeu Ferraz.
Segmentação
Em outubro, na comparação com setembro, registraram alta apenas Engenharia e Arquitetura (0,45%) e Obras de instalação (0,07%). As principais baixas foram em Infraestrutura (-0,48%) Imobiliário (-0,28%) e Preparação de terrenos (-0,27%).
Em 12 meses, todos os segmentos apresentam queda, sendo as maiores baixas em Imobiliário (-10,45%), Obras de acabamento (-8,86%) e Preparação de terreno (-7,44%).
Por regiões
Das cinco regiões do Brasil, apenas a Norte teve alta (0,16%). Os demais estados tiveram perda de emprego: Nordeste (-0,15%), Sudeste (-0,08%) Sul (-0,45%) e Centro-Oeste (-0,57%).
No Sudeste, as quedas se concentraram em São Paulo (-0,39%) e Rio de Janeiro (-0,57%). Na outra ponta, Espírito Santo (0,44%) e Minas Gerais (0,95%).
Na região Norte, apenas o Pará registrou baixa (-0,94%). Os demais tiveram alta, com destaque para Roraima (3,82%), Tocantins (1,77%) e Acre (1,19%).
No Nordeste, houve crescimento nos postos de trabalho no Piauí (1,96%), Maranhão (0,83%) e Alagoas (0,66%). Na outra ponta, tiveram quedas Rio Grande do Norte (-1,06%), Bahia (-0,87%) e Paraíba (-0,21%).
No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul registrou baixa de 2,66%, seguido de Goiás, com – 0,93%. Distrito Federal e Mato Grosso tiveram elevação de 0,30% e 0,49%.
Por fim, na região Sul os três estado registraram desemprego: Paraná (-0,39%), Rio Grande do Sul (-0,70%) e Santa Catarina (-0,24%).