Há um ano em vigor, a Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575 está mudando os procedimentos de gestão e os processos construtivos na Construção Civil. Diante desse novo cenário, no último dia 06 de agosto, cerca de 100 profissionais do setor estiveram presentes na 13ª edição do Congresso Sinduscon-MG de Materiais, Tecnologia e Sustentabilidade na Construção. Nas apresentações foram abordadas soluções de produtividade, desempenho e análise jurídica decorrentes da nova regulamentação.
O evento, que reuniu profissionais, empresários e especialistas, foi destaque dentro da programação do Minascon/Construir Minas 2014. Na abertura dos trabalhos, o vice-presidente da Área de Materiais, Tecnologia e Meio Ambiente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Geraldo Jardim Linhares Júnior, ressaltou a importância da troca de experiências e conhecimento neste momento de implementação da Norma Desempenho.
Um dos casos de referência no mercado é da Tecnisa Engenharia. A empresa já vinha investindo em estudos e práticas voltadas para a melhora do desempenho dos sistemas de suas habitações antes mesmo da entrada em vigor da NBR 15.575.
Na construtora o investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) é estratégico, sendo constante a realização de simulações em softwares e ensaios in loco para avaliar questões acústicas e térmicas, bem como resistência e durabilidade. De acordo com o gerente de Desenvolvimento Tecnológico, Qualidade e Assistência Técnica da Tecnisa, Maurício Bernardes, para cada R$ 1 investido em P&D, o retorno médio é de R$ 5.
Para o especialista, as construtoras terão que dar atenção especial aos projetos. Hoje, no Brasil, o valor do projeto representa 3% do total da abra, enquanto nos Estados Unidos o percentual é de 6%. Bernardes alerta que as empresas precisam se preparar para responder a demandas futuras. “Agora as projeções financeiras têm que considerar possíveis reposições ao longo de toda a vida útil da edificação”, ressalta.
Manuais se tornam indispensáveis com a nova norma
Diante desse novo cenário, os manuais de uso, operação e manutenção de edifícios se tornaram ainda mais importantes para garantir a vida útil e também resguardar as construtoras. Isso porque, o documento deve descrever ao usuário os usos corretos e os procedimentos para as manutenções, sobretudo as preventivas.
Para auxiliar as construtoras na elaboração desses documentos, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) elaborou, com a participação do Sinduscon-MG, o “Guia Nacional para elaboração do Manual de Uso, Operação e Manutenção das Edificações”.
Segundo a coordenadora técnica do Comitê de Meio Ambiente do Sinduscon-SP (Comasp) e responsável técnica pela publicação da CBIC, Lílian Sarrouf, o guia unifica o discursos das entidades do setor quanto aos principais pontos que os manuais devem abordar. “Os manuais devem especificar as formas de uso e manutenção de cada aspecto da obra”, ressalta.
Um manual bem estruturado, segundo o advogado e vice-presidente de Política, Relações Trabalhistas e Recursos Humanos do Sinduscon-MG, Walter Bernardes de Castro, pode resguardar as construtoras de contestações indevidas por parte dos usuários ou compradores.
O especialista reforça que toda documentação inerente à edificação, desde aspectos ambientais e construtivos, deve ser guardada pelas construtoras. Isso porque eventuais mudanças no entorno da edificação podem alterar o desempenho ou mesmo impactar na vida útil estimada.
O 13º Congresso de Materiais, Tecnologia e Sustentabilidade na Construção foi uma realização do Sinduscon-MG com patrocínio de Bloco Sigma, Jacarandá Tijolos e Lafaete Locação de Equipamentos. O evento teve o apoio da Secretaria de Desempenho da Câmara da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de Minas gerais (CIC/Fiemg) e são parceiros institucionais do Sinduscon-MG a ArcelorMittal, Belgo Bekaert Arames, Gerdau, Holcim, Pasi e ThyssenKrupp.
Fonte: Sinduscon-MG