Empreendimentos imobiliários dependem de diversos fatores para sobreviver economicamente, entre eles os climáticos, que determinam o andar do processo de construção.
O Interior de São Paulo vive um crescimento sem precedentes do número desses empreendimentos, por outro lado, crescem também as dores de cabeça com os prazos de entrega do chamado “sonho da casa própria”.
A estiagem que recaiu sobre o país desde o fim do ano passado, com níveis de chuva menores do que o esperado, por um lado ampliou o faturamento do setor de construção civil — foram 9% de crescimento em janeiro, sobre o mês anterior — e, por outro, revelou outros motivos pelos quais uma obra pode atrasar. As fortes chuvas já foram justificativas judiciais de construtoras pela demora na entrega das obras.
“Este ano, as chuvas não vão ser desculpa caso uma obra atrase”, explica Ricardo Benassi, presidente da Proempi (Associação das Empresas e Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí e Região). “A cadeia produtiva da construção civil cresceu muito e nem todos os fornecedores estão preparados para a alta da demanda. Elevadores, por exemplo, podem atrasar uma entrega.”
economia /Para o vice presidente do Secovi (Sindicato Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis), Flávio Amary, o segmento imobiliário é uma parte do mercado e funciona na mesma dinâmica: empresas que entregam antes, ganham mais com isso.
“No fluxo financeiro custa mais barato para a empresa entregar mais rápido”, explica Amary. “A obra depende de outros fornecedores, mas no que depende da construção, o custo do dinheiro aplicado é menor quanto menor é o tempo. É economia.”
Com a seca, imóveis podem demorar mais para vender
Na estiagem, toda a economia é afetada. Preço de alimentos e até o custo da água e da energia podem ser afetados, caso a seca se prolongue e comprometa os recursos. Este é o lado negativo da estiagem.
De acordo com o vice presidente do Secovi para o interior, Flávio Amary, o impacto da seca na construção civil pode não ser sentido nas obras, mas é sentido nas vendas.
“A estiagem exerce pressão na economia e o tempo de venda dos imóveis tende a ser maior”, explica Amary. “Há um impacto na economia como um todo e no caso do imóvel, o impacto é negativo no temp de venda. Além disso, a estiagem como fator de aumento do custo da energia e da água, pode aumentar também o custo da obra.”
Vendas de material de construção subiram
O ritmo da construção civil acelerado pelas condições climáticas favoráveis à atividade impactou também no mercado de materiais de construção. As lojas venderam mais que o esperado para a época e tiveram um faturamento em janeiro maior do que o que fizeram em dezembro do ano passado.
9%
Foi a alta das vendas de materiais de construção em janeiro
Justiça condenou atraso de 1 ano e meio
No ano passado, a Justiça condenou a construtora Rossi Residencial a pagar R$ 17,7 mil de indenização por danos morais a um casal de Campinas pelo atraso de um ano e meio na entrega de um apartamento.
Fonte: Agência Bom Dia