A Caixa Econômica Federal e representantes da indústria da construção vão tentar agilizar a solução de problemas em imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). O banco estatal passará a encaminhar reclamações de moradores de unidades do programa à Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), que irá enviar as solicitações às empresas responsáveis pelas obras, para que sejam respondidas “tempestivamente”. O acordo entre a instituição financeira e o setor privado foi assinado no último dia 10.
A instituição bancária e a associação da iniciativa privada ainda anunciaram, ontem, parceria para orientar os moradores do Minha Casa Foto: Miguel Portela “O objetivo é aprimorar o relacionamento entre as empresas da construção e os clientes dos empreendimentos do MCMV”, diz a Caixa, que já havia lançado no mês passado a estratégia “Caixa de Olho na Qualidade do Programa Minha Casa, Minha Vida”, que conta com o canal de comunicação: 0800-721-6268.
Orientação para moradores
O banco informou que também contará com o apoio da Cbic na produção de materiais de orientação para que os moradores possam cuidar melhor dos imóveis.
“A parceria vai permitir aos moradores o acesso a informações qualificadas, que promovam a ocupação adequada e o bom uso dos imóveis, assegurando maior vida útil das moradias”, afirma a Caixa. A iniciativa de cooperação entre as partes pode evitar que ocorra algo semelhante ao que aconteceu no mês passado, quando dois prédios do conjunto habitacional Zilda Arns II, que integram MCMV, em Niterói, no Rio de Janeiro, tiveram que ser demolidos, antes de serem entregues, em razão de graves problemas estruturais e de rachaduras.
Sem subir juros
O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, tmabém na tarde de ontem afirmou que o banco estatal não irá aumentar as taxas de juros cobradas nos empréstimos mesmo que o Copom – comitê do Banco Central que define a trajetória dos juros no país – eleve a Selic na reunião da semana que vem.
Atualmente a Selic está em 7,25% ao ano, o menor nível histórico, mas o mercado já espera uma elevação no índice neste mês. “Não trabalhamos com essa possibilidade. Não pensamos em aumentar juros na Caixa”, declarou na saída do evento da Cbic. “Mesmo com juros subindo não vamos aumentar”, disse.
De acordo com ele, na formação de preços da Caixa, uma provável elevação da Selic não significa necessariamente alta de custo. Isso porque um dos carros chefe da carteira de credito tem como fonte a caderneta de poupança, recurso mais barato do que captar com outros bancos no mercado. Hereda disse ainda que um aumento da Selic de 0,25 ou 0,5 ponto percentual, para 7,5% ou 7,75% ao ano, “não afeta” a Caixa.
0,5 ponto percentual é a margem considerada pelo presidente da Caixa para o aumento da Selic sem que isso afete as operações do banco no qual ele trabalha.
Custo de construir do Estado acumula 0,5%
O custo médio do metro quadrado construído no Ceará manteve-se inalterado na comparação entre março deste ano com o de 2012, segundo dados divulgados ontem pelo Índice Nacional da Construção, o Sinapi. No entanto, o Estado acumula o terceiro maior acúmulo de altas dos nove estados do Nordeste no ano, de 0,5%.
O preço cobrado pelo metro quadrado cearense encerrou o mês passado em R$ 793,62 – o sexto mais caro da região. No topo, influenciando a alta de 0,22% do Sinapi no Nordeste, estão Maranhão (R$ 878,47), Paraíba (R$ 836,77) e Alagoas (R$ 812,40).
Avanço de 0,18% no Brasil
O Sinapi teve inflação de 0,18% em março deste ano, taxa inferior ao 0,73% observado no mês anterior. O metro quadrado da construção passou a custar R$ 865,03 em março, de acordo com o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O custo dos materiais subiu 0,22% e chegou ao valor de R$ 457,60 por metro quadrado. Já o custo da mão de obra aumentou 0,14% e passou a custar R$ 407,43.
O Piauí, com inflação de 3,82%, e Rondônia, com 3,46%, foram os estados que registraram maiores aumentos no custo da construção em março. Oito estados tiveram queda do custo, com destaque para o Amazonas (-0,47%) e o Amapá (-0,26%).
Fonte: CBIC