De janeiro a maio deste ano, 37,2% do crédito liberado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi destinado às empresas de infraestrutura.
Segundo a presidente-executiva da Associação Brasileira da Construção (ABCIC), Íria Doniak, a estimativa é de que até 2019 sejam injetados R$ 458,9 bilhões no setor, considerando segmentos da economia como: transporte, energia, saneamento, óleo e gás, infraestrutura de habitação, infraestrutura esportiva, indústria e outros. O movimento oxigena a construção civil do país e caminha em direção à maior fluidez na mobilidade urbana e nos modais de transporte de carga.
É para discutir o papel da construção civil e o impacto dos investimentos no setor de infraestrutura, que Íria coordenará o seminário ‘Infraestrutura em concreto: aplicações inovadoras e desafiadoras’, no dia 26 de agosto em São Paulo, durante a 9ª edição do Concrete Show South America, evento focado na construção civil e na cadeia produtiva do concreto.
Um dos temas abordados por Íria será a aplicação de estruturas de concreto pré-fabricado na mobilidade urbana. Um material que apresenta qualidade e eficiência na construção, velocidade para atender prazos ousados e permite a prática de sustentabilidade, por utilizar menos recursos naturais, reduzir o desperdício de materiais e eliminar a necessidade de escoramentos. “No caso da mobilidade urbana, a agilidade da execução das obras é determinante para oferecer à sociedade meios de transportes coletivos que atendam a alta demanda de utilização”, afirma.
A mecanização de canteiros de obras e a criação de medidas favoráveis à industrialização da construção civil são fundamentais para dar mais velocidade às obras de infraestrutura. “O Brasil precisa de uma política nacional de industrialização da construção civil para evoluir na qualidade dos projetos, aproveitando plenamente a versatilidade do concreto, que hoje é pouco explorada”.
Infraestrutura ferroviária – Serão discutidos também os avanços do transporte ferroviário no setor de infraestrutura, por exemplo, a utilização de vagões de cargas mais leves, com maior capacidade e agilidade no processo de carga e descarga; uso de carros de passageiros mais modernos, como VLTs e monotrilhos, e a utilização de dormentes de concreto, com vida útil de até 50 anos e propriedades de isolamento elétrico, entre outros benefícios.
Segundo o presidente da Abifer, Vicente Abate, a concessão de crédito do BNDES e de bancos públicos e privados são importantíssimos para o avanço do setor. Contudo, como a estrutura hoje é bastante deficitária, ainda estão aquém do necessário. “Com investimentos na faixa de 2% do PIB o setor de infraestrutura ainda está longe de chegar ao cenário que considero ideal, pois vivemos em um país de proporções continentais. Ao meu ver, o investimento deveria estar na casa de 4 ou 5% do PIB”, explica.
Abate aponta que o Brasil tem hoje 30 mil quilômetros de ferrovia, sendo 23 mil em operação. Com os investimentos atuais, a estimativa é atingir a marca de 28 mil até 2018. Ao comparar com o número de ferrovias disponíveis na década de 1960, a defasagem é de 10 mil quilômetros, pois naquela época 38 mil quilômetros estavam em funcionamento.
As inscrições para o seminário estão abertas e podem ser feitas por meio do site do evento. Para consultar a programação completa de seminários e palestras acesse http://www.concreteshow.com.br/pt/concrete-congress.
Fonte: Jornal do Brasil