Além de atrasar o pagamento das obras das unidades habitacionais contratadas no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida, o governo federal também tem retardado gradativamente pagamentos de obras de ampliação da infraestrutura, sem apresentar garantias concretas de retomada e normalização desses pagamentos.
Segundo a Comissão de Obras Públicas da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), os atrasos têm afetado desde projetos de infraestrutura pesada, como os das áreas rodoviária e energética, até os de construção de equipamentos e de serviços urbanos essenciais, como de saneamento. O vice-presidente de Obras Públicas do SindusCon-SP, Luiz Antônio Messias, representa o sindicato naquela comissão.
As consequências têm sido: aumento de custos financeiros das construtoras, dispensas de trabalhadores e prejuízos para a população, com o retardamento ou suspensão das obras.
Asfalto – Outro problema é que a Petrobras impôs às distribuidoras de asfaltos dois aumentos consecutivos, em 24 de novembro e em 22 de dezembro, que somados representam uma elevação média de 37% nos preços dos dois principais tipos do insumo utilizados em obras de pavimentação: o CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) e o ADP (Asfalto Diluído de Petróleo).
Essa elevação desequilibrou ou inviabilizou a totalidade dos contratos de obras a cargo do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e DERs (Departamentos de Estradas de Rodagem) dos Estados, pois o asfalto representa cerca de 80% do custo dos serviços, afirmou o presidente da COP/CBIC, Carlos Eduardo Lima Jorge. Segundo ele, as entidades do setor estão pleiteando junto ao DNIT e aos DERs estaduais uma rápida correção compensatória nos contratos de obras de pavimentação.