O setor de construção civil recebeu com pesar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado nesta sexta-feira, 1, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou que a indústria da construção caiu 7% no segundo trimestre de 2017 na comparação com o mesmo período em 2016.
Esse foi o pior desempenho entre todos os setores produtivos.
“A construção vive seu pior período em décadas. E a julgar pela queda nos investimentos, não há expectativa de melhora no curto prazo”, avalia o vice-presidente de Economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Eduardo Zaidan.
Ele observa que a formação bruta de capital fixo, indicador do volume de investimentos, foi reduzida em 6,5% no segundo trimestre de 2017 em comparação com o mesmo trimestre de 2016.
Com isso, a taxa de investimentos atingiu o patamar de 15,5% do PIB nacional, considerado muito baixo pelo sindicato.
“O endividamento público está explosivo e isso influencia a retração persistente dos investimentos de longo prazo. Sem as reformas necessárias, que direcionem a economia a um consistente equilíbrio fiscal, auxiliado por medidas microeconômicas que aumentem a produtividade, a tendência é o cenário se agravar”, completa Zaidan.
O vice-presidente do SindusCon-SP ressalta ainda que a indicação do governo de corte de 90% do orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para 2018 aponta para uma perspectiva negativa.
“A confiança dos investidores permanece abalada e nos deixa em um ciclo de fatos ruins”, diz.
Fonte: Exame