Um dos setores da indústria que passou por dificuldades neste ano em Juiz de Fora foi o da construção civil, não obstante dos resultados nacionais. “Foi um ano difícil, não só pelas questões políticas e econômicas, que afetaram toda a iniciativa empresarial”, avalia o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Juiz de Fora (Sinduscon/JF), Aurélio Marangon.
Para o presidente, em Juiz de Fora a construção teve muitos desafios internos. Um deles foi a participação, não da forma que era esperada pela entidade, na elaboração do projeto do Plano Diretor. “Apesar do Sinduscon/JF e seus associados terem se dedicado com muito afinco nas reuniões da Prefeitura, nossas opiniões e sugestões não puderam ser acatadas em função da ausência de amplo debate”, explica Aurélio. Ele destaca a preocupação dos empresários com o projeto: “O Plano Diretor traz as linhas que regem o ordenamento do município, e se tivermos radicalizações nesse conjunto de leis o desenvolvimento da cidade fica inviabilizado. Algumas coisas que vimos nos assustaram”.
O presidente do Centro Industrial de Juiz de Fora, Leomar Delgado, que dirigiu o sindicato da construção até meados deste ano, concorda com Aurélio: “Acho que o diálogo e o debate de ideias precisavam ser mais estimulados. Algumas das propostas que foram aprovadas podem vir a congelar a construção local, um dos setores que é mola propulsora de nossa cidade”.
O Sindicato teve em ano de muitas lutas, com participação em diversas comissões e conselhos municipais, entre eles o de Políticas Urbanas. “Vale destacar que a nossa participação, feita por pessoas capacitadas e preparadas, em muitas das vezes não traz benefícios apenas para o setor da construção civil como para toda a sociedade”, comenta o presidente.
Na avaliação de Marangon a construção civil juiz-forana terá uma pequena retração em 2015, principalmente na comparação com os anos anteriores. “Tivemos no final da década de 2000 e início de 2010 bons momentos com um grande desenvolvimento do setor. Nos últimos anos tivemos uma queda, culminando com o fraco desempenho de 2015”.
Para 2016 o presidente do Sinduscon/JF promete a continuação da luta e trabalho intenso da entidade. “Nossas expectativas estão na reabertura de financiamentos para obras e o fim do congelamento das obras públicas com a retomada das que estão paradas”, comenta.