A quarta edição do Café Parlamentar da Zona da Mata Mineira reuniu empresários e formadores de opinião na manhã desta segunda-feira, 29. Idealizado pela Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora (ACEJF), o evento aconteceu no Ritz Plaza Hotel em parceria com Sinduscon-JF e Sindipan/JF, com as presenças do deputado federal Wadson Ribeiro (PCdoB), o deputado estadual Lafayatte Andrada (PSDB) e o vereador Wanderson Castelar (PT).
“É uma boa oportunidade para conhecermos de perto nossos representantes, sabermos o que eles estão fazendo em seus mandatos e quais suas propostas para nossa região”, avaliou Aurélio Marangon, presidente do Sinduscon-JF. O também presidente do Sindipan/JF, Heveraldo Lima de Castro, destacou a importância da participação do empresariado no encontro: “Aqui temos a oportunidade de um contato mais próximo com os parlamentares e debatermos questões do nosso dia a dia”.
Aloísio Vasconcelos criticou a criação em massa de leis que não colaboram com nada de útil para a sociedade: “Existem parlamentares que criam leis apenas para constar no relatório de atividades e mostrar serviço, falaciosamente, para seus eleitores. Precisamos de projetos de lei que efetivamente façam a diferença na vida do empresário, do trabalhador, da sociedade como um todo”. Na questão tributária, o presidente da ACEJF indicou que o custo da burocracia representa mais de 4% da carga tributária, o que, na opinião dele, precisa ser revisto.
Primeiro a discursar, Wanderson Castelar defendeu a desobstrução de gargalos nos diversos segmentos da sociedade: “Fazemos um diagnóstico que identifica o esvaziamento econômico da nossa região e a falta de peso político. Perdemos participação no bolo de investimentos públicos e privados”. O vereador indicou alguns problemas que ele enxerga como importantes, como o caso da linha férrea que corta a cidade e a falta de segurança, além de destacar o problema do aeroporto regional. “A construção foi uma oportunidade fundamental que tivemos, mas passados mais de 10 anos de sua construção ainda batalhamos para o seu funcionamento, por uma estrada que encurtasse a distância para Juiz de Fora e ainda agora para reabertura do Aeroporto da Serrinha que pode ser utilizado para voos domésticos e regionais”.
Lafayette Andrada apontou seu projeto que dispõe que na Zona da Mata o tratamento fiscal para empresas que desejem se instalar aqui seja o mesmo oferecido pelo Rio de Janeiro. “Temos uma eficiência de gestão muito superior à fluminense, mas qualquer empresário prefere ficar lá a 2% do que aqui à 18%”, argumentou. Ele citou também a questão da logística e se disse pessimista com relação aos contornos rodoviários para melhorar o tráfego por conta do alto custo para implantação. Outro item que o deputado destacou foi o problema da burocracia, principalmente com relação às licenças de implantação. “Para sair de um departamento para outro são três meses. O poder público tem que otimizar isso, deixando de ser adversário para o empreendedor”.
Em sua fala Wadson chamou a atenção para a necessidade de enfrentamento dos gargalos fundamentais do país: “Se nós passamos uma época em que a infraestrutura não foi levada a sério é óbvio que teremos defasagens enormes, que torna nossa competitividade pior. Precisamos de uma política ousada e ofensiva que nos ajude a correr atrás desse tempo perdido, criando um ambiente de maiores investimentos”. Sobre a Zona da Mata o deputado criticou a falta do debate político sobre a situação atual de desenvolvimento: “Na última década a nossa região foi esquecida pelo governo do estado, uma decisão política. Um governo de estado que se preze não pode ver a Zona da Mata ser atacada por um estado vizinho e não tomar medida concreta”. Ele defendeu buscar destravar os imbróglios que envolvem os mecanismos de controle sobre o Parque Tecnológico: “Nós não temos saída se não tivermos valor agregado. Minas não pode ficar exportando café e minério de ferro. Precisamos do Parque Tecnológico para encarar o problema central da indústria brasileira: a inovação”.
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