O corte de investimentos anunciado pelo governo federal vai diminuir ainda mais a atividade da construção civil e elevar o desemprego no setor, o que poderá acarretar uma queda maior no Produto Interno bruto (PIB) do que os 1,2% previstos pela presidência, avalia o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP). “Essa ação retardará a retomada dos investimentos e, consequentemente, da arrecadação e do crescimento econômico, ameaçando o próprio cumprimento da meta de superávit”, afirma o presidente José Romeu Ferraz Neto.
Para o SindusCon-SP é preocupante que se garanta apenas os recursos para as obras contratadas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) que já tenham mais de 70% de execução. A medida levará à suspensão de um grande número de obras e ao desemprego, além de trazer insegurança às empresas que aguardam o lançamento da fase 3 do programa. Os cortes de 39% do orçamento do PAC e de 34,6% do MCMV acontecem em um momento em que os pagamentos pelas obras executadas sofrem atrasos crônicos. Isto prejudica os investidores e aumenta a sensação de insegurança. “O governo precisa colocar em dia urgentemente esses pagamentos”, acrescentou Ferraz Neto.
O SindusCon-SP ainda está na expectativa de que a Câmara dos Deputados não aprove a proposta do governo de reduzir a desoneração da folha de pagamentos da construção. “Se a medida passar, teremos aumento de custo e desestímulo à contratação formal de mão de obra. Como uma das maiores empregadoras do país, a construção precisa aperfeiçoar e não reduzir a desoneração”, finaliza Ferraz Neto.
Anúncio – Na sexta-feira (22), o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa detalhou que áreas serão atingidas pelos cortes no Orçamento deste ano, que somam R$ 69,9 bilhões. Dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo reduziu a previsão de investimentos em R$ 25,7 bilhões. No Minha Casa, Minha Vida (MCMV) a redução será de R$ 5,6 bilhões, com os investimentos previstos para 2015 passando de R$ 18,6 bilhões para R$ 13 bilhões.
Fonte: Sinduscon-SP