No trimestre setembro/novembro, o desempenho das empresas de construção ficou abaixo das expectativas do setor, revelou a Sondagem da Construção Civil, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). É um levantamento amplo, realizado com 503 empresas de todo o País, que mostra melhor o que ocorre no nível nacional, em contraste com algumas áreas onde o ritmo da produção imobiliária é maior.
O Índice de Confiança da Construção (ICST), calculado pelo Ibre/FGV, também mostrou declínio: 3,9% negativo, na comparação entre os trimestres outubro/dezembro de 2012 e de 2013. Torna-se mais desfavorável a comparação entre este ano e o ano passado, com a piora, por exemplo, tanto da avaliação da situação atual como das expectativas para os próximos seis meses.
De fato, houve na Sondagem da CNI estabilidade, em patamar baixo, no nível de atividade da indústria da construção em novembro. O indicador de 49,5 pontos foi levemente inferior ao termo médio de 50 pontos, acima do qual a atividade é positiva. Abaixo dos 50 pontos, entra no campo negativo. As grandes empresas ficaram no campo positivo e as pequenas, no negativo.
Sazonalmente, novembro deveria ter apresentado resultados melhores, mas a Utilização da Capacidade de Operação (UCO), uma boa medida do ritmo de atividade, caiu ao menor nível do ano (70%), ante 71% em outubro. As empresas cortaram vagas. Afinal, reduziu-se o otimismo quanto aos próximos seis meses, algo inusitado às vésperas de um ano eleitoral, em que jorram verbas para investimentos públicos e as facilidades monetárias irrigam a economia. Dado o peso da construção civil na taxa de investimento, a sondagem da CNI prenuncia mais um ano de crescimento econômico insatisfatório.
Há, na pesquisa da CNI, contrapartidas para os dados negativos: a expectativa de crescimento de serviços especializados de construção cresceu, por exemplo, no tocante ao nível de atividade mensal e na atividade em relação à usual. Mas o mesmo não se deu nos segmentos de construção de edifícios e obras de infraestrutura. A execução do programa Minha Casa, Minha Vida ajuda a explicar o problema. E há incerteza quanto à capacidade de Estados e municípios conseguirem ampliar despesas.
Só nos grandes centros do Sudeste a atividade da construção civil continua muito forte, a começar por São Paulo, onde os lançamentos de imóveis novos em 2013 superaram muito os de 2012.
Fonte: Estadão