Atraídos pela perspectiva de incremento da construção civil – que de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV) deverá crescer 4% este ano -, braços de grandes grupos e novas empresas estão surgindo para atuar em segmentos com demanda em alta, como o residencial e comercial em São Paulo e Rio de Janeiro, além da Região Metropolitana de Fortaleza, no Ceará.
Entre as novatas, a Benx, braço da Bueno Netto, a Costa e Silva, que nasceu com aportes internacionais e a GR Properties, comandada pelos filhos de João Rossi, grande empresário do setor.
“O mercado de construção civil recebe bem as novatas. Nenhuma empresa desse setor chega ao País sem um alto poder de capitalização. As projeções de incremento do PIB, e a perspectiva de que o ano que vem o mercado da construção cresça anima empresas da área a criarem novos braços”, diz José Antonio Ramos, professor de engenharia civil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Nesse cenário de perspectivas positivas nasceu a Benx. Braço de construção com residencial e multiúso da construtora Bueno Netto, que atua nesse mercado há mais de 35 anos. A perspectiva da empresa é somar R$ 1 bilhão em lançamentos este ano, e fechar 2014 com outros R$ 1,4 bilhão. “Já estamos com três terrenos comprados e lançamentos previstos para a região da Faria Lima e Barra Funda”, diz Luciano Amaral, diretor de incorporação da Benx, lembrando que a empresa tem R$ 300 milhões para novas aquisições de terrenos.
A companhia, que a principio foca no mercado de São Paulo, também projeta expansão para o Rio de Janeiro até 2015 e, com isso, ganhar força dentro do mercado da Bueno Netto. “Com nossas projeções de incremento, já esperamos representar 50% da Bueno Netto em 2015”, disse o executivo, que também passou por grupos como a construtora JHSF.
O nascimento da Benx aconteceu em função de uma reestruturação da Bueno Netto. Agora, a rede conta com novos parceiros e a estrutura ficou dividida ente as operações da Benx (residencial), a BN Construções (construção pesada), a BN Vendas (venda de imóveis) e a BNCORP (imóveis comerciais), todas controladas pela Bueno Netto, que atua nesse mercado há 35 anos. Além de Amaral, a Benx tem Fernando Stucchi, como CFO, que passou pela Gafisa e Fibra Experts.
Com pouco mais de um ano de existência, a consultoria de investimentos imobiliários GRE Realty, braço da GR Properties, também ganha espaço no mercado, e aposta no incremento do setor de imóveis comerciais para seguir captando recursos para desenvolver condomínios logístico. A empresa foi fundada por Eduardo Rossi e Guilherme Rossi – filhos de João Rossi, presidente da gigante Rossi Residencial. Depois de trabalhar no Banco Pactual e na Rossi Residencial, Eduardo Rossi fundou, em 2009, a ERC Desenvolvimento Imobiliário.
Dois anos antes, Guilherme Rossi criou a GR Properties, da qual é sócio-diretor. A empresa é especializada no desenvolvimento de projetos greenfield no segmento industrial, com destaque para condomínios de galpões. Recentemente, através da GRE Realty, a GR Propertties concluiu a captação de R$ 107,3 milhões por meio do CSHG GR Louveira Fundo de Investimento Imobiliário para obras do condomínio logístico GR Louveira, em São Paulo. Segundo Guilherme Rossi, além dos R$ 107 milhões captados, a empresa já havia captado este ano outros R$ 285 milhões. “Esse valor será destinado à construção de cinco condomínios de galpões”.
Na opinião do executivo, os recentes aportes do governo federal para infraestrutura deverão fomentar ainda mais o mercado. “Com os investimentos que serão feitos, aliados à crescente expansão dos condomínios logísticos, teremos cada vez mais condições de reduzir o custo dos produtos e torná-los mais competitivos”, diz.
Nascida na junção de engenheiros que passaram por empresas como Gafisa, PDG e Cyrela, a construtora Costa e Silva nasceu para abocanhar uma fatia de um mercado em expansão: condomínios residenciais na Região Metropolitana de Fortaleza (CE).
Ainda em fase de captação de recursos, a empresa projeta lançar três empreendimentos ano que vem, e conta com um parceiro importante: um fundo de investimento norte americano. “A ideia de montar uma empresa focada em residenciais econômicos no Nordeste nasceu há dois anos, quando comecei a procurar parceiros para viabilizar o projeto”, disse André Guimarães Costa, um dos sócios do grupo.
Com perspectiva de lançamentos de R$ 700 milhões até o final de 2014, a empresa conseguiu, através de rodadas de negócios da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit) um parceiro norte-americano. “Ainda não podemos abrir nomes, mas o fundo irá capitalizar a empresa, nossa projeção é ter R$ 300 milhões para aquisição de terrenos por toda Grande Fortaleza”, diz Guimarães, que deverá fazer o lançamento oficial da empresa na cerimônia da pedra fundamental do grupo, no mês que vem.
Fonte: CBIC