O índice de Confiança da Construção(ICST), calculado pela Fundação Getúlio Vergas (FGV) continua sua trajetória descentente. Caiu ao menor patamar desde 2010, quando iniciou-se a série, e fechou o mês de julho aos 118,8 pontos. Apesar da retração da confiança, ele ainda mostra que o setor está otimista, já que está acima dos cem pontos.
Os dois componentes do indicador, os índices da Situação Atual e de Expectativas, retraíram no sétimo mês do ano. O primeiro caiu ao patamar de 106 pontos, enquanto o segundo está em 131,6 pontos. O que sugere que as empresas ainda apostam na recuperação do setor nos próximos seis me ses, afirma Ana Maria Castelo, coordenadora de estudos da Construção Civil. “O problema é que as expectativas estão piorando em média 1% ao mês”, complementa a pesquisadora.
Entre os segmentos pesquisados pela FGV o de construção de imóveis se apresenta mais preocupado. Suas avaliações, segundo o sistema de ponderação da pesquisa, caíram 3,5% no mês de julho. As empresas ligadas às obras de infraestrutura também vêem uma piora no cenário, mas é menos drástica que o setor imobiliário: -1,9%.
Castelo avalia que a acomodação dos preços no mercado imobiliário está deprimindo a confiança do setor. Após experimentar um boom até 2010, agora os preços tem uma alta real média de 27o ao ano. “Desde 2010 vários fatores vem modiscando o cenário das empresas. A mão de obra cara, pouca valorização, burocracia”, explica a pesquisadora.
Já nas empresas de infraestrutura, o fim de um ciclo de investimentos em obras viárias é o motivo para a queda da confiança. “Houve o fim de um ciclo e não se iniciou o próximo. Muitos estão esperando pelas rodadas de concessões, mas enquanto não saem, a situação atual mostra um cenário ruim. Depois do início das obras, este panorama deve mudar”, acredita Castelo.
Fonte: CBIC