Detentos do CPAIG (Centro Penal Agroindustrial da Gameleira) estão trabalhando na fabricação de telhas, blocos de cimento, paves e pré-moldados usando restos da construção civil. O trabalho de ressocialização é resultado de uma parceria entre a empresa Progemix Resilix e a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).
Para cada dia de trabalho, cada um dos 30 detentos envolvidos no projeto reduz um dia de pena. Além disso, eles recebem um salário mínimo por mês como manda a Lei de Execução Penal.
Além de contribuir para a reinserção dos presos no mercado de trabalho, o projeto ajuda a dar fim ao descarte das obras, que segundo estimativas corresponde a 34,2% das 1,3 mil toneladas de lixo produzidas todos os dias em Campo Grande.
Segundo a assessoria de imprensa da Agepen, a Progemix Resilix já conquistou prêmios pela atividade e já teve outras parcerias para uso da mão de obra de presos, mas em razão da crise, o projeto foi suspenso e retomado em março.
Para cada caçamba entregue no local é cobrada uma taxa. O material é separado e parte dele é reaproveitado. Papeis e plásticos são vendidos para outras recicladoras e os restos de madeira, segundo o empresário Geneci Borges Alves, ainda não têm destinação, mas em breve eles serão convertidos em pó para uso em uma máquina que gera energia elétrica.
“Nossa meta é tornar essa geração suficiente para abastecer a nossa firma e ainda vendermos energia para a companhia elétrica”, diz Borges.
“Trabalho aqui o dia inteiro, quando volto para o presídio para dormir estou cansado e não tenho tempo de pensar besteiras. Estou sendo motivo de orgulho para a minha família, que pode ficar tranquila também sabendo que não estou fazendo nada de errado”, diz o detento Anderson dos Santos Rondon, 32 anos.
Atualmente a Agepen tem 145 parcerias com empresas para ressocialização de presos em todas as 18 cidades onde o órgão administra penitenciárias. Existem ainda outros 27 convênios com conselhos comunitários para a mesma finalidade.
Quem coordena as ações é a Diretoria de Assistência Penitenciária (DAP). Atualmente, conforme o setor, 38% da população carcerária trabalha. O percentual é ainda mais significativo levando em conta apenas os presos do semiaberto, pois 70% deles exercem atividades remuneradas.
Em 10 anos, o sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul ampliou em 117% o total de reeducandos trabalhando, enquanto que, no mesmo período, o aumento da população carcerária foi de 65%.
Fonte: campograndenews