Em 2016, o Brasil perdeu 1,32 milhão de vagas com carteira assinada, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta sexta-feira (20) pelo Ministério do Trabalho. O número só não foi pior do que o registrado em 2015, quando as demissões superaram as contratações formais em 1,54 milhão de vagas. Os dados do Ministério do Trabalho começam em 2002. Em dezembro de 2016, a quantidade de demissões superou as contratações em 462,3 mil, segundo o levantamento.
Já Minas Gerais perdeu no ano passado, 117.943 vagas formais de emprego, o terceiro Estado mais negativo. Em dezembro, foi o segundo pior em termos de perda de vagas, com – 51.823, atrás apenas de São Paulo, que no mês teve o saldo negativo em 159.280 vagas.
A queda menor no número de empregos formais no ano passado do que o registrado em 2015 aponta uma tendência de desaceleração na recessão, mas o crescimento do emprego ainda está distante na avaliação do economista da Fiemg e professor de economia do Ibmec, Sérgio Guerra. “A retomada da contratação deve acontecer no segundo semestre de 2017, o que deve permitir um resultado melhor no fim desse ano, assim como a previsão do PIB deste ano é de contração menor do que a de 2016”, diz o economista.
Setores. No país, a indústria de transformação eliminou 322,5 mil vagas com carteira ao longo do ano passado, também o segundo pior da história. Em 2015, as demissões superaram as contratações em 608,8 mil. Já a construção civil eliminou 358,6 mil postos de trabalho em 2016, número melhor somente que o de 2015, que teve saldo negativo de 416,9 mil vagas formais.
Em Minas, o pior saldo foi da construção civil, com perda de 34.674 vagas, seguido pelo setor de serviços, que fechou 31.522 postos de trabalho. “A recessão foi tão longa, que afetou o setor de serviços. No ano passado, as maiores demissões foram na construção e na indústria da transformação”, explica Sérgio Guerra.
Na avaliação do economista, a atual recessão vai ter uma recuperação demorada. “Em crises anteriores, como a de 2008, a recuperação foi mais rápida. Não é o caso desse momento”, afirma. “Os ajustes feitos na indústria que começaram em 2015 e continuaram em 2016, aliados a baixa demanda, afetaram o emprego nos serviços. Agora a indústria deve retormar postos de trabalho em 2017 para iniciar um novo ciclo virtuoso”, avalia Guerra.
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Fonte: O Tempo