O mercado formal de trabalho brasileiro teve em fevereiro retração de 0,01%, com o fechamento de 2.415 vagas, de acordo com dados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgados na última quarta-feira (18). O resultado é o pior para o mês desde 1999.
Atrás apenas do setor de comércio, que fechou 30.354 postos (-0,33%), a construção civil teve um impacto importante no conjunto geral: foram 25.823 demissões no período (-0,85%). Para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), esse déficit foi motivado pelos atrasos nos pagamentos das obras do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e pela desaceleração da economia brasileira, e não só pelo impacto da Operação Lava Jato, como defendeu o ministro do Trabalho Manoel Dias.
O ritmo de contratação na construção começou a cair em abril de 2014, quando, segundo a CBIC, o Governo Federal começou a atrasar seus pagamentos às empreiteiras que atuam nas obras do PAC e do MCMV.
Já o setor de serviços respondeu pela geração de 52.261 postos de trabalho no período, com aumento de 0,30% na comparação com os 7.141 postos gerados em janeiro.
No acumulado do ano, o Caged registra queda de 80.732 postos de trabalho (-0,20%), e, nos últimos doze meses, redução de 47.228 empregos (-0,11%).
A região Sudeste fechou 4.800 vagas no período; a Nordeste 27 mil; e a Norte 5 mil. Já as regiões Sul e Centro-Oeste registraram a abertura de, respectivamente, 24 mil e 10 mil novas vagas.
Entre os estados, Santa Catarina liderou na geração de postos, com 12.108 novas vagas, enquanto o Rio de Janeiro perdeu 6.010 postos no comércio e 4.043 postos na construção civil; e Pernambuco perdeu 5.371 na indústria de produtos alimentícios e 3.040 na construção civil.
Fonte: Construção Mercado