O desaquecimento da indústria da construção civil aprofundou se em setembro, de acordo com sondagem divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em uma escala na qual valores abaixo dos 50 pontos indicam retração econômica, a atividade no setor registrou 42,3 pontos no mês passado. O desempenho foi ainda pior que o registrado em agosto, quando o índice ficou em 43 pontos.
Com o uso da capacidade instalada do setor estável em 67% no mês, também ampliou-se o ritmo de demissões na indústria da construção.
Novamente na escala na qual 50 pontos significa a manutenção das vagas de trabalho no setor, o indicador ficou em 43,1pontos em setembro.
Isso significa uma queda no emprego mais intensa do que a verificada em agosto, quando o índice registrava 43,5 pontos.
O resultado de setembro mostra que o nível de atividade na indústria da construção continua se afastando do usual para este período do ano. Se, em agosto, a diferença equivalia a um indicador de 414 pontos, em setembro o índice ficou ainda pior, com 38,8 pontos, muito distante da linha divisória dos 50 pontos que indicaria estabilidade.
De acordo com a sondagem da CNI, a margem de lucro operacional das empresas do setor também ficou menos satisfatória em setembro, bem como a situação financeira das companhias. Para piorar o cenário, os empresários continuam reclamando do acesso ao crédito em um ambiente de aumento acelerado dos preços das matérias-primas.
Expectativas. Diante dos resultados adversos que persistiram em setembro, todas as expectativas medidas pela CNI para o setor ficaram mais pessimistas em outubro.
A estimativa em relação ao nível de atividade para os próximos meses, por exemplo, piorou de 484 pontos para 47,3 pontos. Isso indicaria que o empresariado continua esperando uma retração do setor no período à frente.
Da mesma forma, a expectativa quanto a novos empreendimentos piorou, passando de 48,5 pontos para 47,4 pontos, o que reflete também nas estimativas para compras de insumos – que caíram de 47,5 pontos para 46,5 pontos em outubro.
Com a disseminação do pessimismo no setor, a probabilidade de continuidade nas demissões também aumentou, já que o índice de expectativa de emprego também ficou pior, caindo de 47,7 pontos para 46,8 pontos.
Fonte: CBIC