Há 42 anos, o dia 27 de julho é tido no Brasil como o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes de Trabalho. Na ocasião, em 1972, estimava-se que os acidentes de trabalho já tinham atingido a marca de 1,7 milhão no país ao ano. O número tão alarmante fez com que o Banco Mundial anunciasse cortes de financiamentos para o Brasil caso aquela realidade não fosse revertida.
A resposta veio na forma da publicação das portarias n° 3236 e 3237 em 27 de julho de 72 – regulamentando a formação técnica em Segurança e Medicina do Trabalho – sendo também o marco zero de atividades ininterruptas de prevenção de acidentes de trabalho. A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) sofreu alterações pelo Ministério do Trabalho na época, instituindo a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e outras rotinas em prol da segurança no ambiente de trabalho. Os empregadores responderam ao chamado e, atualmente, a realidade é bem diferente. Segundo dados da Previdência Social, foram contabilizados 705.239 acidentes de trabalho no Brasil em 2012, quando a população brasileira já era superior ao dobro da existente na década de 70.
Um dos grandes geradores de postos de trabalho, o setor da construção originou 62.874 acidentes no mesmo ano, dos quais 14.415 não tiveram CAT registrada. Entre os registrados, 41.111 estavam relacionados à atividade desempenhada, 6.608 deram-se no trajeto entre casa e trabalho e 740 foram atribuídos a doenças ocupacionais. Estes números são resultado de uma redução gradual dos acidentes ano após ano, e um grande catalisador para tal conquista é a atuação dos Serviços Sociais da Indústria da Construção – SECONCIs.
Um SECONCI é uma iniciativa privada sem fins lucrativos de empresas do setor da construção que visa proporcionar melhores condições de vida, saúde e segurança para seus trabalhadores. Além de oferecer uma gama de serviços assistenciais, os SECONCIs auxiliam as empresas no cumprimento das normas de saúde e segurança do trabalho, realizando programas regulares e campanhas nos canteiros de obras. Atualmente, são 17 SECONCIs distribuídos pelo território brasileiro.
Segundo o SECONCI-BRASIL, associação dos Serviços Sociais da Indústria da Construção, os SECONCIs realizaram em 2013 um total de 4.963 PPRAs (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e abrangeram quase 200 mil trabalhadores com o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) em todo o país, observando assim as condições do local de trabalho e o estado geral de saúde do indivíduo que cumpre suas tarefas ali. Estes são programas previstos nas Normas Regulamentadoras da indústria. Nos canteiros de obras, os SECONCIs realizaram 13.894 inspeções no ano passado, levando também palestras diversas e ações em parceria com secretarias, prefeituras e entidades de classe para benefício de milhares de pessoas. “Os SECONCIs, que já são referência em saúde e segurança do trabalho, vêm investindo em pessoal especializado e tecnologia de ponta para colaborar com um ambiente de trabalho cada vez mais seguro para o trabalhador da construção civil”, diz o presidente do SECONCI-BRASIL, Eng. José Augusto Florenzano.
Como são mantidos com a contribuição das empresas de suas respectivas regiões e têm fim social, os SECONCIs traduzem a intenção da indústria da construção de minimizar os acidentes de trabalho e devolver aos próprios trabalhadores dignidade e qualidade de vida. Estas empresas atuam com responsabilidade crescente e olhar atento à preservação da vida, incorporando soluções tecnológicas e promovendo a conscientização do cidadão sobre o uso correto de equipamentos de segurança individuais e coletivos. Desta forma, o setor da construção contribui para que cada 27 de julho seja realmente motivo de celebração.
Fonte: CBIC